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E Pluribus Unum

E Pluribus Unum

15
Jul09

A "Manha"

Bruno Louro

Constato na edição de hoje do jornal “Record”, como em muitas outras, que os 3 artigos de opinião falam do Benfica. É no entanto, o de João Querido Manha (JQM), que me levou a escrever o presente texto, por razões objectivas e subjectivas. Com efeito, desde há muito que me habituei às análises pouco abonatórias para o clube da luz por parte do referido “entendido”. O referido artigo, critica a eleição, de Maxi Pereira como capitão, para o primeiro jogo da pré-época…? Desde logo, pergunto-me senão haverá algo mais relevante para escrever nesta altura do “campeonato”. Bem sei, que escrever e opinar sobre o benfica confere visibilidade. Aceito até que se revele o que vai mal. Mas por defeito ou feitio, não consigo deixar de desconfiar quando o sentido da crítica é sempre o mesmo.

 

Reconhece JQM, profissionalismo, seriedade e até temperamento a Maxi para o cargo e que perante as ausências de Luisão, Nuno Gomes, Mantorras David Luiz e ainda a opção de não “dar” a braçadeira aos guarda-redes, percebe-se a opção por Maxi. Até aqui, não altero uma vírgula. Já discordo quando se diz que “há muito, a braçadeira do Benfica deixou de ser uma ferramenta exclusiva dos mestres”. Luisão, Nuno Gomes e Moreira são referências do benfiquismo. Maxi foi capitão pelas por força das circunstâncias. Tem perfil, temperamento e gosta do Benfica. Gostaria de ver o mesmo sentido crítico em relação a outros clubes, ou mesmo em relação à Selecção Nacional, quando o capitão mandou “calar” o público descontente pelo empate frente à Albânia. Mas ao melhor do Mundo admite-se tudo. Ou então, escrever sobre a selecção não “rende” tanto como atacar o clube da luz.

 

No fim do artigo critica-se de forma veemente a surpresa de Maxi pela presença de tantos adeptos benfiquistas na Suiça e apoia-se de forma tímida a afirmação do uruguaio em conceder o favoritismo ao FC Porto. Começando pelo fim, afirma o cronista que os “benfiquistas tradicionais e autistas” não aceitaram de bom grado as declarações do jogador e que vários jornalistas criticaram a comunicação do clube por não ter “ajustado o discurso do uruguaio”, afirmando que “é cada vez mais corrente (e chocante) ouvir jornalistas, bloggers e comentadores encartados a gemerem por censura e formatação de ideias”. Tudo isto para finalizar dizendo que o desconhecimento de Maxi em relação à realidade do Benfica reflecte a falta de alguém capaz de transmitir aos recém-chegados o que há umas duas ou três décadas pomposamente se chamava de mística”.

 

Resta dizer que eu sou daqueles que exasperei cada vez que Camacho fez uma “ode” ao FC Porto. Em relação a Maxi não é diferente. JQM chama-me benfiquista tradicional e autista. Eu considero-me simplesmente benfiquista, pois sei que voltaremos a ser hegemónicos. Por isso não temos de reconhecer o favoritismo a ninguém. Temos sim de trabalhar para ocuparmos o lugar que é nosso, o primeiro. Se dois anos não chegaram para Maxi perceber a grandiosidade do Benfica, estou certo que a perceberá. E no Benfica, não há discursos encomendados, ao contrário de outros clubes. Maxi está a perceber aos poucos o que é o Benfica. É isso que assusta muita gente. É que a equipa tem demonstrado nesta pré-época, laivos da “pomposa” (para citar o digno cronista e a sua jocosa adjectivação) mística que fez a Águia voar bem alto. Reconheço que há muito que essa mística não se manifesta. E percebo que a cada demonstração do seu hipotético regresso, alguém tenha de “discorrer” tinta e discursos “pomposos”. Concordo com o “magnânimo” JQM, quando este se insurge contra a “formatação de ideias”. Por isso escrevo hoje aqui. Porque estou farto de opiniões encomendadas. E a “encomenda” é sempre a mesma, bem como os encomendados e a proveniência do “embrulho”. Não adianta ser-se “entendido”, estudioso ou “académico”, quando não se é isento. Eu quero e gosto de discutir o Benfica, mas sempre construtivamente e com isenção. E exijo isso de quem é profissional da “opinião” ou do “comentário”, seja lá o que isso for. Como diz Ricardo Araújo Pereira, “Quem sabe fazer alguma coisa, faz, quem não sabe, comenta”. Mas que comente bem é o que todos esperamos.

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