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E Pluribus Unum

E Pluribus Unum

04
Set09

O suposto problema do 4-4-2 da Selecção Nacional.

Pedro Ribeiro e Castro

Permitam-me trazer a este blog um tema que numa primeira impressão poderá não estar muito relacionado com o nosso clube. Além de pensar que sim, penso ser um assunto relevante. Passo a expor.

 

No último jogo amigável realizado pela Selecção Nacional, o Prof. Carlos Queiroz testou um novo esquema táctico: 4 defesas, 4 médios, 2 avançados. Muito se tem falado sobre mais esta inovação, das muitas que o seleccionador tem feito desde que assumiu o comando. Uma das críticas que recentemente tem ganho força reside no facto de os jogadores não estarem rotinados neste esquema, já que Portugal era fiel a um modelo de jogo que contemplava um meio-campo com três jogadores, dois alas e apenas um avançado.

 

Não vejo aqui nenhum problema, mas sim a SOLUÇÃO!

 

Como eu sempre defendi, os jogadores devem jogar nas suas posições de origem, onde estão mais rotinados. Quer seja numa selecção, quer seja num clube, não deve haver grandes mexidas, não deve haver adaptações. Com a agravante óbvia no caso das selecções, pois é evidente que nenhum seleccionador consegue treinar um sistema diferente de forma eficaz quando os jogadores convocados apenas chegam às concentrações dois ou três dias antes dos jogos.

 

A este próposito, poderão ler as declarações feitas ontem pelo Tiago. Muito positivas, perfeita clarividência.

 

Para mim, sempre me pareceu óbvio que o rendimento menos conseguido na Selecção Nacional de alguns jogadores, como o Cristiano Ronaldo, se deve ao facto de jogarem num sistema e em posições diferentes em relação ao que acontece nos respectivos clubes.

No caso do melhor jogador do mundo, trata-se de alguém que no Manchester United jogava de trás para a frente, das alas para o meio, sempre com dois avançados (Berbatov e Rooney) e a abrirem espaços).

Na Selecção aparece sempre perdido na frente: "bola lá prá frente, ele que resolva". Só que de costas para a baliza, onde não pode utilizar a sua velocidade, dificilmente conseguirá resolver. E agora no Real Madrid, tem sentido dificuldades por causa disso mesmo.

 

Mas não é caso único. Notem bem que todos os jogadores convocados pelo Prof. Carlos Queiroz jogam em 4-4-2 nos respectivos clubes. Os nossos médios Tiago, Maniche, Deco ou João Moutinho, os nossos alas Ronaldo, Simão e Nani, os nossos avançados Nuno Gomes, Hugo Almeida e também o recém-chegado Liedson. Todos!

 

Por isso, estou confiante nesta nova táctica e no sucesso que terá amanhã em terras dinarmaqueses. Força, Portugal!

 

Quanto ao Benfica, a ligação é óbvia.

O ano passado Quique Flores usava David Luiz na esquerda (ele que é central), forçou Rúben Amorim como ala (é trinco), punha Aimar a avançado (um "10" típico) e fez de Suazo o seu ponta-de-lança (sempre foi ala ou segundo avançado.

Este ano Jorge Jesus aposta agora num defesa esquerdo de raiz, o interior direito e o organizador de jogo estáo rotinados ao lugar e o melhor ponta-de-lança do plantel é titular indiscutível. E, mais importante, fixou Di Maria como ala esquerda, a única posição onde rende.

 

Se os treinadores não inventarem e puserem os jogadores a jogar onde estes sabem fazê-lo melhor, o sucesso é garantido. Não havendo adaptações, senão em último recurso, tudo correrá pela melhor.

Para terminar, lembro que na última vitória do Benfica (esse implacável 8-1), havia apenas 1 jogador adaptado: era o Rúben Amorim.

 

Keep it simple, keep it right|

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