Ainda a propósito do estágio, e independentemente de certos raides anti-benfiquistas já aqui denunciados, aproveito para voltar ao homem que na minha opinião mais fez por dizer aos emigrantes “Aqui está o Benfica”: Maxi Pereira.
Nesta linha, sou de opinião que pela sua atitude dentro e fora do campo, Maxi Pereira foi a figura deste estágio. Sóbrio e humilde como sempre, Maxi soube dar expressão ao que considero serem os valores mais intrínsecos do que é ser Benfiquista, batalhando perante a urgência de refundar a mística de que já aqui se falou e a que prometo voltar tantas vezes quanto for preciso, tantas vezes quantas a paixão o justificar.
Para o Maxi abro aspas e deixo as palavras que José Ribeiro e Castro escreveu no jornal i sobre o tema “Ser do Benfica”. Texto truncado apenas para filtrar tudo o que possa dizer respeito ao malogrado processo eleitoral que o contextualiza mas que é passado. Texto truncado para dar apenas lugar à mística, à poesia e à grandeza do que é Ser do Benfica que tão bem fica ao nosso mais recente “capitão” Maxi Pereira:
“Ser do Benfica é um código de luta e galhardia, de garra e ambição. É estar a perder, recuperar e triunfar, como nos 5 a 3 da final contra o Real Madrid na segunda Taça dos Campeões Europeus. É vencer na adversidade o que parecia impossível, ganhar por 3 ao Ajax, na Holanda, jogando literalmente sobre a neve. É a espantosa vitória, também por 3, sobre o Arsenal em Londres. Ou, no ambiente maravilhoso, escaldante, poderoso de Anfield Road, surpreender o Liverpool com aquele golaço do Simão. É o nariz partido do Germano na primeira Taça dos Campeões Europeus, a capacidade de sofrer, resistir, guardar a vantagem, trazer a taça. É encaixar os golpes, mesmo os mais duros, levantar a cabeça e ir ganhar, ser esmagado 7 a 1 pelo Sporting e ser campeão nacional nesse mesmo ano. É a desforra dos 6 a 3 em Alvalade. É o Eusébio. É Eusébio, Torres e Simões. É Mário Coluna ou Humberto Coelho. É o Jaime Graça, o Isaías, o Veloso, o grande Bento. É Peixoto Alves, António Leitão, Alexandre Yokochi, Vítor Fortunato, Paulo Almeida, Jean Jacques, Carlos Lisboa. É Carlos Dantas. Tantos, tantos outros. É Ricardinho. É o Nelson Évora e a Telma Monteiro. É a Vanessa Fernandes. É a graça de dizer “tivemos mais medalhas que Portugal”, porque, nos Jogos de Pequim, além de Nelson e Vanessa, somámos o título do Di María pela Argentina.
(…)
Ser do Benfica é um código de desinteresse e de paixão, de crença e de entrega. É brio. É peito aberto. É ser de todos. É querer ultrapassar-se, ser melhor, ir mais além. É uma pertença de brio. É glória. É a águia.”
Maxi até se pode surpreender com as demonstrações de benfiquismo Mundo fora (quem não se surpreende às vezes?)... Mas é notório que ainda antes de cá chegar já a chama imensa do brio, da humildade, do trabalho, do mérito, e da vitória o conquistavam.
Para quem tem dúvidas: a braçadeira de capitão no Benfica não é dos Mestres, é dos Homens de Bem!