Últimas notas sobre as eleições
Ainda bem que as eleições já passaram porque assim, pelo menos, consegue-se regressar a um padrão normal de intensidade na violação dos estatutos do Sport Lisboa e Benfica e da lei portuguesa. Ao contrário do que sugere o meu caro amigo e colega de bancada André Couto, em democracia as urnas não absolvem os pecados de ninguém até porque os sócios do Sport Lisboa e Benfica não são sacerdotes nem a Catedral da Luz oferece confessionários aos seus fieis.
Sou forçado a concordar com o Bruno Carvalho quando refere que "não deixo de ter em consideração a larga maioria, mas um estado de direito sobrepõe-se aos resultados".
Andar para a frente, olhar o futuro e abordá-lo de forma tão competitiva quanto possível é um imperativo pragmático, tão só, jamais um acto de parabenização.
Os benfiquistas não esquecerão por certo o dia em que lhes cercearam o seu direito a uma plena participação eleitoral. Dessa forma, mantendo viva a recordação, se assegura que a democracia enquanto garante de uma efectiva livre-escolha se concretiza, mesmo em silêncio, não sucumbindo a falsos apelos de unidade. Preservar a memória colectiva do golpe estatutário é a única forma de garantir que próximo acto eleitoral será verdadeiramente livre, realmente democrático. Era o que faltava que tivesse de abdicar também disso!
Não escrevo nem mais uma linha sobre as eleições do Benfica a não ser que tal se justifique à luz de novos factos. Por isso, em jeito de síntese, uma palavra para a melhor pedagogia resultante deste acto eleitoral: