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E Pluribus Unum

E Pluribus Unum

13
Ago09

Benfica 2009/10 - by PRC

Pedro Ribeiro e Castro

A Liga Sagres 2009/2010 está prestes a começar. Muitos foram os testes de pré-época e as ideias de Jorge Jesus mostraram resultados. As contratações foram feitas e os reforços já todos treinam. Faltam apenas algumas dispensas para fechar o grupo que enfrentará o desafio de conquistar mais um troféu.

Na esteira do meu contributo anterior sobre a frase proferida pelo Presidente Luís Filipe Vieira “o dinheiro não cai do céu” e depois do post do Pedro Pavia Saraiva em que o Benfica 2009/2010 começa com 28 jogadores, deixo aqui a minha análise ao plantel do nosso clube. Mais uma vez, do ponto de vista da gestão desportiva.
 
OS JOGOS DA PRÉ-ÉPOCA:
Quatro torneios, quatro troféus conquistados, e entre outros jogos de preparação, apenas uma derrota. A equipa montada por Jorge Jesus está de parabéns. A táctica foi apurada e o 11 base delineado. A esperança e a motivação são grandes.
Apenas não se percebem duas das opções tomadas por Jorge Jesus...
A primeira tem que ver o guarda-redes. O registo da rotação entre os guarda-redes aponta, no final, para a aparente preferência por Quim. Já aqui deixei o número de golos sofridos, mas ainda por cima pelas exibições de cada um, o titular devia ser o Moreira.
O outro erro – já repetido em anos anteriores – prende-se com o facto de nem todos os jogadores terem merecido a confiança do treinador e, consequentemente, terem sido feitas algumas adaptações. O plantel faz-se com 2 jogadores por posição!... Esta é velha máxima que deve ser respeitada. Quando um não pode jogar, entre o outro. As adaptações só em último recurso. Se o Benfica tinha o Maxi Pereira e o Patric para a direita e o Shaffer e o Sepsi (ou ainda o Jorge Ribeiro) para a esquerda, não se percebe porque apenas Maxi Pereira e Shaffer foram apostas. É um erro táctico grave: não só não pomos a jogar nas laterais os defesas laterais de que dispomos, como os adaptados David Luiz, Miguel Vítor e Rúben Amorim não melhoram (nem se tornam os melhores) nas suas posições de origem.
GUARDA-REDES:
Os três nomes escolhidos para enfrentar a época que agora começa merecem a minha confiança. A minha preferência recai sobre o Moreira, mas acho que quer o Quim (experiene) quer o Júlio César (jovem promessa) têm qualidades para o lugar.
Só não concordo com a dispensa do Moretto. Preferia a dispensa do Quim, pois é mais velho e tem um salário mais elevado. Ainda por cima, talvez conseguíssemos algum encaixe financeiro.
DEFESAS CENTRAIS:
Acho que estamos bem servidos: 4 centrais muito bons e 1 ainda júnior para qualquer emergência. Se eu fosse o treinador, a dupla de centrais seria formada por Sidnei e por David Luiz, ambos jovens, combativos, raçudos e bons tecnicamente.
Sou defensor da venda de Luisão. Além de estar no clube há muito tempo e de já ter demonstrado querer mudar de ares, seria um boa opção para encaixar algum dinheiro e assim equilibrar as contas. Mas se ficar, obviamente que será preciso. Tal como o Miguel Vítor e o Roderick Miranda (jovens de grande valor).
DEFESAS LATERAIS:
Trata-se de um problema crónico do nosso clube. A época passada foi feita sem um único lateral de raíz e agora pouco se alterou. Presentemente apenas contamos com Shaffer, para o lado esquerdo. César Peixoto é um jogador que me agrada, mas, tal como Jorge Ribeiro, tem mais quilómetros a médio. A certa altura falou-se no nome de Rodrigo Alvim, ex-Belenenses, esse sim muito do meu agrado. Infelizmente, não se concretizou.
Do lado direito, a experiência e a maior rotatividade de Maxi Pereira e de Luís Filipe (ambos médios direitos) podem ser suficientes, mas obviamente que não é a mesma coisa. Pouco pudemos ver de Patric e acho que merecia uma oportunidade, mas talvez seja dispensado.
No último ano em que fomos campeões, o plantel tinha duas soluções de raíz para cada lado: Miguel e João Pereira, à direita, e Fyssas e Manuel dos Santos, à esquerda.
E na época passada, em Janeiro, recusámos o Cissokho e o Miguel Lopes e os maus resultados viram-se.
MÉDIOS DEFENSIVOS:
Se os que cá estavam já davam conta do recado, a vinda de Javi Garcia aumentou o número de opções para o lugar “6” e, claro está, a qualidade nesta posição... o único senão os € 7.000.000 que custou o seu passe.
No entanto, preocupa-me o facto de Rúben Amorim não se fixar nesta posição e andar a rodar entre defesa e médio direito e também a possibilidade de Yebda ser dispensado. O campeonato é longo e só um para o lugar não chega. Claramente, não chega. Pelo menos, dois são precisos.
MÉDIOS ALAS:
O sistema de Jorge Jesus, “4-4-2 losango”, pode não ser muito condizente com alas, mas existem alguns jogadores com essas características. Para o lado esquerdo, as exibições de Di Maria e de Fabio Coentrão, além de demonstrarem que a luta pelo lugar vai ser renhida também já começam a fazer esquecer Reyes. Estamos bem servidos.
A grande incógnita está do lado direito. Ramires ainda não mostrou nada e Rúben Amorim tem andado por outras bandas. Apenas Carlos Martins tem demonstrado, para já, qualidade para a posição de interior direito. Aliás, com Quique Flores a dupla Yebda/Carlos Martins funcionou muito bem, pelo que o internacional português tem tudo para repetir as boas exibições de quando jogava mais recuado.
Para este lugar, há ainda Maxi Pereira e Luís Filipe, a posição de origem de ambos, e também Urreta, mas este pode ser dispensado até ao fim do presente mês. No entanto, o campeonato é longo e todos estes podem vir a dar jeito.
ORGANIZADORES DE JOGO:
Num sistema com quatro médios e com dois avançados, Aimar aparece muito melhor. Aliás, tal como sucedia com o Rui Costa. A jogar mais recuado e com mais jogadores à sua frente a quem possa servir (e não a avançado como decidia o burro do Quique), o nosso maestro argentino tem (de)mostrado que ainda tem muito para dar ao futebol. Mais, talvez me engane, mas parece que as lesões já fazem parte do passado.
Infelizmente, parece não haver ninguém no plantel com capacidade para o substituir quando houver essa necessidade. Existe sempre a solução Carlos Martins, mas este tem jogado mais e melhor como médio direito. Se por acaso ambos estiverem a jogar e se lesionarem ou foram castigados simultaneamente, a coisa pode ficar preta.
AVANÇADOS:
Há muito tempo que não abundavam soluções para a frente do ataque. Ainda por cima soluções de qualidade. O elevado número de jogadores explica-se facilmente: Jorge Jesus jogará sempre com dois avançados. E por ter tomado essa decisão, dou-lhe os meus parabéns. O Benfica joga sempre para ganhar e para isso joga sempre ao ataque!
Já não me lembro bem, mas os últimos treinadores a apostar claramente em dois avançados terão sido Graeme Souness, com a dupla Brian Dean / Nuno Gomes, e José Mourinho, com Van Hooijdonk / João Tomás.
Esta época a dupla titular será, sem qualquer dúvida, Cardozo / Saviola. O primeiro demonstrou que sabe fazer golos com a nossa camisola; e o segundo, por onde passou, já provou ser um grande nome do futebol mundial.
Dada a especificidade da posição, e tal como no caso dos guarda-redes, há mais do que dois jogadores por posição. Assim se compreendem as alternativas Nuno Gomes (já da casa), Weldon (experiente) e Keirisson (jovem promessa).
O único excesso será mesmo o Mantorras. Tal como muitos o afirmaram anteriormente, trata-se de um jogador que nunca estará nas melhores condições físcias (infelizmente). Se não pode jogar ou se apenas o pode fazer 5 minutos de cada vez, devia ser dispensado. Além de não fazer falta, é uma situação injusta e embaraçosa para o próprio jogador.
DISPENSADOS:
Para finalizar, deixo-vos o meu cometário face aqueles que já abandonaram o grupo de trabalho ou que talvez o possam fazer até ao final do mês de Agosto.
Moretto – Era óbvio que um dos guarda-redes tinha que sair, face à entrada do Júlio César, mas preferia a dispensa do Quim. Concordo.
Patric – Infelizmente, pouco mostrou. Trata-se de um internacional pelas camadas jovens da selecção do Brasil e por isso certamente que terá qualidade. A entrada de Luís Filipe pode indicar a sua dispensa. Não concordo.
Sepsi – Demonstrou alguma insegurança, mas acho que podia vir a ser uma boa solução com o passar dos tempos. A adaptação demora sempre algum tempo. Não concordo.
Jorge Ribeiro – Nunca foi um lateral esquerdo de raíz. Pelos clubes por onde passou jogou mais a médio, principalmente no Boavista. Concordo.
Binya – Aprecio muito as características e a entrega deste jogador africano. Contudo, estava já rotulado de “caceteiro” e via cartões a mais. Concordo.
Yebda – Além de ter custado zero euros aos cofres do clube, pegou de estaca na equipa. Sempre deu o máximo e mostrou ser um muro difícil de ultrapassar. Não concordo.
Fellipe Bastos – Não teve oportunidade para mostrar o seu valor. É jovem e tem qualidade, por isso devia rodar. Concordo.
Balboa – O Benfica pagou € 4.500.000 por um jogador que não sabemos o que vale, pois não jogou quase nada. Não se pode aceitar: ou não tem qualidade e não se compra, ou demora a adaptar-se e merece mais tempo de jogo. Merecia uma oportunidade, quanto muito para alternar com Ramires. Não concordo.
Adu – Sou um grande admirador deste jogador. Tem qualidade e quando vestiu a nossa camisola, quase sempre que entrava marcava um golo. Apenas se percebe, porque chegou o Weldon. Não concordo.
Makukula – Mais um jogador que custou € 4.500.000 e não foi aproveitado. Lembro que marcou cerca de 15 golos em meia-época pelo Marítimo e ainda deu muito jeto ao Scolari no apuramento para o Euro 2008. É possante e tem qualidades únicas, remata com os dois pés e forte de cabeça.  Não concordo.

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