A importância da pré-época
No dia 7 de Julho de 2008, Luís Freitas Lobo escrevia no Expresso: "A importância da pré-época é muito maior do que parece vista de fora. O futebol é um mundo de emoções onde a química interpessoal também joga. É tempo de causar as primeiras impressões (para estas não há mesmo segunda oportunidade) criar relações (humanas e desportivas) entre o grupo, solidificar processos, passar as ideias."
No dia 7 de Julho de 2009 O Jogo noticía que Ramires e Luisão não fazem o estágio de Genebra. É caso para dizer que o estágio começa mal antes mesmo de ter começado. Por idênticos motivos estes não deixam de ser casos diferentes.
Luisão já cá está há muitos anos, é um jogador maduro, e um dos líderes do balneário.
Ramires, chega este ano, é muito novo e, apesar das boas exibições pelo Brazil terá de provar no Benfica que vale o dinheiro que se pagou por ele.
Mas o caso de Ramires apresenta ainda uma diferença suplementar: enquanto Luisão já se encontra de férias (contra o tempo passado nas selecções não há nada a fazer), Ramires continua a jogar pelo seu anterior clube quando já tem contrato com o Benfica...
Porquê? Para baixar o preço? Porque o jogador quer ganhar um título importante?
Em minha opinião, em face das palavras de Luís Freitas Lobo repetidas amiúde pelos especialistas, o preço a pagar pela redução do valor pode ser bem alto se deste atraso advier uma época menos produtiva para Ramires (alto para o clube e para o atleta, bem entendido).
Se a intenção é satisfazer a vontade do jogador creio que é ainda assim uma opção errada. Ramires é jogador do Sport Lisboa e Benfica, tem contrato e por isso o interesse do clube só é salvaguardado se o jogador estiver concentrado no clube e a preparar a pré-época. É triste não jogar uma final? É. Mas, não creio que isso deva ou sequer possa desanimar um jogador que acaba de chegar ao Sport Lisboa e Benfica.